quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Mapa das Playlists para o Canal VIVEKA no YOUTUBE - Gnosticismo.

PLAYLISTS no YOUTUBE - um MAPA para meu canal! 


“Aláya, encontrei seu canal e vi que tem muitos temas interessantes, mas por onde eu começo?”

Olá pessoal! Eu tenho me debruçado tentando descobrir como tornar o canal mais organizado para vocês se sentirem mais acolhidos ao pesquisar os vídeos. Já pensei em fazer um sistema de cores nas capas dos vídeos, criar pré títulos para cada ‘categoria’, estou tentando. Na verdade são tantas ideias e temas diferentes que eu gostaria de trabalhar! Gostaria de me dedicar mais integralmente ao trabalho no Youtube, mas por enquanto vamos ao possível...


O que eu fiz por hora foi criar PLAYLISTS específicas para quem quer acompanhar alguma temática. Então minha dica é sempre começar por ali, assim vocês podem ir ouvindo os vídeos na sequência, sem se perder: 1· A Playlist mais recente é um estudo do EVANGELHO DE TOMÉ. Começando por uma introdução ao personagem, a descoberta do manuscrito e um estudo sequencial lendo o evangelho na íntegra e comentando
https://www.youtube.com/watch?v=_yvMwMXcRxk&list=PL2wUY8ehPvZkSojDN9mGrxqLVwh2awMe2 2· A MAIOR PLAYLIST é a JESUS HISTÓRICO – ESSÊNIOS – GNÓSTICOS, que conta com 36 vídeos. Ela antecede o estudo do Evangelho de Tomé. Essa playlist consta dos vídeos do estudo que conduzo no zoom. Então ali está o material desde o primeiro encontro. Comentários sobre a vida de Jesus, o Talmude, Essenios e Introdução ao Gnosticismo. https://www.youtube.com/watch?v=PFBMA7rtwQc&list=PL2wUY8ehPvZmmg5UdkrROxQc2T1L31clw 3· Agora vamos lá.. As Playlists ESSÊNIOS – QUMRAN – MAR MORTO e GNOSTICISMO – COSMOGÊNESE – MITO GNÓSTICO; são de vídeos que ESTÃO dentro dos 36 da Playlist JESUS HISTÓRICO. Eu apenas desmembrei em outras duas para facilitar quem está procurando pelo tema diretamente. Cosmogonia Gnóstica - https://www.youtube.com/watch?v=4nLypgjOiX0&list=PL2wUY8ehPvZmVrvYn1F4kYVmRdTYjiD-H Essênios - https://www.youtube.com/watch?v=MbAPM-5xSts&list=PL2wUY8ehPvZmQ0gT5-lDmNkJQO8m_8umO 4· A Playlist GNOSTICISMO CRISTÃO não é de vídeos do estudo do ZOOM, são vídeos mais soltos da minha série “debatendo gnosticismo” onde eu comento alguns dos temas centrais no gnosticismo e partilho opiniões e estudos. https://www.youtube.com/watch?v=ULsAEwCNTcQ&list=PL2wUY8ehPvZlLLydw3yjTaamzDyvxeDQ7 5· A Playlist TEOSOFIA são de todos os temas relacionados a isso que produzi, sejam palestras que dei em eventos ou vídeos que gravei em casa. Tanto sobre Blavatsky como quanto comentários a suas obras ou seus associados. https://www.youtube.com/watch?v=TBWBAfoJVhw&list=PL2wUY8ehPvZnXt4cFFXHjVNkh7Bao9TAH 6· A Playlist ESCÓCIA são 12 vídeos de VIAGEM e história. São de uma viagem que fiz em 2019, e gostei de compartilhar a história de algumas ilhas e castelos que visitei, ou apenas andar pelas paisagens. https://www.youtube.com/watch?v=X_RCAk4trnE&list=PL2wUY8ehPvZmNdtFIwc-tgoD8eh8M2GY8 7· Observem que também há uma playlist de 33 vídeos de um “CURSO” de introdução ao BUDISMO, https://www.youtube.com/watch?v=LxkNQUo-LCw&list=PL2wUY8ehPvZmia1tue6ZPiPS0HeRL3_U7 fiz em cooperação com o @BrunoCarlucci, do canal https://www.youtube.com/channel/UC3UN2E2OJONSQT0pXeYJgkg 8· Há uma playlist de MEDITAÇÃO, são 6 vídeos onde dou algumas dicas práticas para quem está iniciando. https://www.youtube.com/watch?v=Z9POsu8Z9dI&list=PL2wUY8ehPvZmdQmEAqrsvqhwY7Yfi_Pqs Por enquanto é isso que tenho para oferecer no YouTube Espero que esse post facilite a navegação pelo canal! Assista pela playlist se quer acessar o estudo continuado, assim as coisas ficam melhor amarradas e fazem mais sentido! (Algumas playlists tem vídeos repetidos em outra) Obrigada a todos pelo apoio e comentários, e por sempre curtirem e compartilharem meu trabalho! SE INSCREVA!

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Teresa d'Ávila - a mística contemplativa apesar da Igreja.

     A liturgia católica comemora hoje, 15/10/2020, a festa da espanhola Teresa de Ávila (Teresa de Jesus), que nasceu em 1515 em Gotarrendura (Província de Avila) e morreu em Alba de Tormes, em outubro de 1582. Hoje é data de sua morte.

    Mas eu gostaria de falar com vocês sobre a Teresa além do Catolicismo. Sua vida é um exemplo dos altos e baixos da busca espiritual. Ela descreve com muita sinceridade como por muitas vezes se deixou levar pelos interesses da vida mundana, mesmo que aparentemente o hábito de monja a tornasse, aos olhos dos outros, uma 'santa'. Uma jovem apaixonada e intensa, dedicada em suas buscas, mas também, certas vezes, tentando equilibrar a vida contemplativa com as frivolidades do mundo. Ela nos ensina a não desistir, pois nunca é tarde demais para uma vida dedicada ao Espírito!
    O sofrimento das doenças a auxiliaram a encontrar aquilo que era realmente importante em sua vida, aprender a dar prioridade. Para Teresa era tudo ou nada.
Seu jeito amigável e humilde a protegeu contra o poder clerical. Seus amigos espirituais, que a apoiaram e deram suporte em sua vida, criaram uma muralha em torno dela, para que ela pudesse seguir com o trabalho espiritual.
    
Teresa hoje é 'santa católica', mas eu vejo mais nela uma alma de uma mística buscadora que, naquele momento, na Espanha da Inquisição, fez o melhor que pode (e fez muito bem!) com as oportunidades que lhe foram dadas para viver essa experiência do mergulho interior e do Servir ao Mestre da Luz.

    Incomodada com a futilidade das freiras, e percebendo a aparência vazia das missas no convento da Encarnação, ela desejou reforma. Como Francisco, tempos antes, ela queria reforma, retornar à verdadeira Igreja. Irritada com a desigualdade social dentro do mosteiro, os jogos de poder entre abadessas e padres e bispos, ela via tudo que estava errado, ela questionava, e ordenavam-lhe que se calasse.

    Teresa percebia como a aparência de santidade da vida em um convento enganava a muitos, pois ali dentro todas as características humanas de ciume, inveja, mesquinharia, egoismo, favoritismo, continuavam a ser exercidas, inclusive a busca por poder temporal e riquezas (como quando ela contrasta por exemplo as roupas bordadas com riqueza das freiras de classe alta com o fato das freiras de classe baixa que viviam no mesmo mosteiro estarem passando fome).

    Teresa queria reforma, e lutou muito para isso. Não conseguiu, mas conseguiu autorização para sair do mosteiro, e com poucas irmãs que a seguiam, fundou a ordem das carmelitas descalças, dedicada à verdadeira pratica espiritual proposta por Jesus.

    Foi ali, aos 38 anos, que ela começou a se tornar a Teresa que conhecemos hoje. Foi para essas poucas irmãs espirituais que ela redigiu orientações sobre a meditação silenciosa e o mergulho interior. Uma vida dedicada à simplicidade do serviço ao Mestre. À prática da virtude e da oração. Fundou outros conventos e fez grande amizade com São João da Cruz.

    Longe da mesquinhez e disputa por poder e influencia politico-temporal do grande mosteiro da encarnação, ela pode dedicar-se verdadeiramente à vida contemplativa. Vemos isto em suas obras Caminho de Perfeição, e a grande obra Moradas, Castelo Interior, onde Teresa narra os estágios da meditação silênciosa que adentram o castelo de Sua Majestade, em direção ao trono de diamante.

    Desacreditada por muitos padres de sua epoca, questionada diversas vezes pela Inquisição, e censurada. Essa foi a verdadeira Teresa. Que fez o que fez APESAR da Igreja. Suas obras passaram pela censura dos inquisidores. Seu comentario ao Cântico dos Cânticos foi ordenado que fosse queimado. Suas experiências místicas e interiores foram apagadas das paginas em que as redigiu.

    Como poderia uma mulher saber mais da vida espiritual que o bispo? Como poderia uma mulher afirmar ser uma servidora do Cristo e com sua simplicidade e sinceridade escancarar a falsidade dos padres?
    Deixo minha homenagem à Teresa. A "amiga" que desde minha infância me acompanha e me inspira.

"Consideremos nossa alma como um castelo, feito de um só diamante ou de um cristal claríssimo, onde há muitos aposentos, à semelhança das muitas moradas que há no céu. Pensando bem, irmãs, a alma do justo é um paraíso onde o Senhor se deleita, como Ele mesmo disse. Mas como será o aposento onde se rejubila um Rei tão poderoso, tão sábio, tão puro e tão rico? Nada se compara à beleza da alma e ao seu imenso potencial. Na verdade, o nosso intelecto, por mais agudo que seja, não chega a compreendê-la realmente, do mesmo modo que não pode compreender a Deus." Teresa d'Avila, Moradas

    Em Março dei uma palestra sobre ela e seus ensinamentos a respeito da meditação cristã. Compartilho com quem se interessar



domingo, 26 de abril de 2020

Cristianismo Gnóstico e os Evangelhos Apócrifos - Uma introdução

Compartilho com vocês alguns comentários feitos pela prof. Jane Dullius, estudiosa do gnosticismo e cristianismo primitivo a muitos anos. Os vídeos abaixo estão com seus temas delimitados, e foram retirados de um mini curso dado na Loja Teosófica Esperança, em João Pessoa.

Suas palestras foram organizadas a partir do livro da historiadora Elaine Pagels, de título "Os Evangelhos Gnósticos". A Prof. Jane trás uma leitura a partir de seus capítulos e destaca trechos de diversos evangelhos apócrifos, comentando a partir de seus estudos pessoais.

Não se esqueça de se inscrever no canal do YouTube para continuar acompanhando trabalhos semelhantes!

(1) Cristianismo Gnóstico - Nag Hammadi, os evangelhos apócrifos e algumas de suas ideias.



(2) Salvação, Pecado, A Serpente na Árvore do Conhecimento. - Algumas ideias gnósticas. Pedro não foi Papa. Pistis Sophia e os ensinamentos reservados de Jesus. Os diversos evangelhos apócrifos, cristãos e não cristãos. Os sethianos. Divergências políticas.



(3) Ressurreição se dá em vida. Os mistérios para apenas alguns discípulos. Experiência gnóstica: Jesus não liberta ninguém, você precisa trilhar por si mesmo. Eklesia - O que é a verdadeira Igreja



(4) Um Deus, Uma Igreja? Basta Acreditar? A Árvore da Vida - a Gnosis




(5) Jesus morreu apedrejado. Perseguição, Mártires e os Atos de João. Perseguição. Paixão de Cristo. Há uma verdadeira igreja. Influencias orientais nos textos. Místicas e meditação. Hino de Jesus. Corpo templo da alma. Renascimento




(6) De quem é a verdadeira Igreja. O que te faz um cristão? A Atitude. É preciso um intermediário? Paulo era gnóstico



(7) Obedecer o clero. Aceitar o credo. Ser batizado. Nada disso te faz um cristão. A verdadeira igreja é invisível




(8) A Gnosis é uma experiência interior. Ensinamentos Secretos. Evangelho da Verdade. Valentino. Silvanus. Os Arcontes e Yaldabaoth.



(9) Simão o mago. Meditação cristã. Discurso sobre a oitava e a nona. Não há necessidade de intermediários. O reino de deus está em cada um de nós.



(10) Heresia e Blasfêmia.. O Cristianismo de Jesus está na Igreja?


sábado, 28 de março de 2020

Previsão do I-Ching para o Brasil - Coronavírus

“O que esperar do coronavírus no Brasil no futuro próximo?” Essa foi a pergunta que fiz ao I-Ching, o oráculo chinês com mais de 3 mil anos. O I-Ching, com seus 64 hexagramas de respostas possíveis, nos ajuda a entender os movimentos cíclicos da natureza e da vida, e tira um “retrato” desses movimentos no presente, jogando para o futuro. É como se ele acessasse nosso inconsciente coletivo e nos desse uma previsão do que esperar das consequências de nossas ações já postas em movimento.

Então, olhando para dentro, o que precisamos entender nesse momento? Como lidar a situação atual? Fiz essa pergunta ao I-Ching para ter uma visão do cenário esperado nos próximos meses. O que ele me disse é que é estamos vivendo um momento de conclusão, de fechamento de um ciclo, de início de uma nova forma de viver. Estamos fechando portas, para abrirmos novas, é um momento de instabilidade mesmo, e é um grande fechamento.
Hexagrama 63 – Após a Conclusão, que foi a resposta dada à pergunta feita, apresenta a harmonia de forças opostas que estão criando uma nova mudança. São energias contrastantes se aproximando. Forças em movimento que se opõe e se afetam constantemente. Para conhecer o texto completo clique: 63 – Após a Conclusão.
Estamos em um ponto máximo dessas forças, cada uma delas atingiu seu ápice, é uma colisão o que está acontecendo. O fim de uma era, e uma fase de recomeço.
Por serem energias que estão em sua expressão máxima, a mudança que elas causam parece súbita e forte. Mas essa mudança é um aspecto natural da harmonia. É a culminação de um ciclo o que estamos vivendo, e o estado de paz será encontrado com um constante equilibrar de forças, e um movimento interno nosso. Precisamos nos apoiar no que é forte em nós, nossa humanidade, nossa solidariedade.
Significado do Hexagrama 63 do I Ching 'Após a Conclusão'
Nesse momento de fim de ciclo, em que tudo se completa, e o ponto de início de um novo viver começa, precisamos nos preparar para grandes mudanças, internas e externas.

Tenhamos perseverança, e sejamos corretos em nossas ações. Não é hora de olharmos apenas pro nosso umbigo, é hora de rever nossas relações com os outros, com o mundo, e com o que cultivamos dentro de nós mesmos.
Haverá desordem, uma desordem necessária para que tudo seja posto às claras e possamos nos reorganizar internamente e externamente. Precisaremos sustentar nossa estabilidade.
Nos diz o I-Ching que “no auge do verão já se instala o germe do inverno; a partir do meio-dia o Sol se dirige para o inevitável ocaso. É por essa razão que um progresso maior só pode ser obtido nos detalhes, em pequenas coisas.”
Pequenas coisas é olhar para dentro, arrumar nossa casa interior, nosso Lar e nossas relações. É rever nossa vida. Nós passamos os dias buscando alcançar metas, conquistar coisas pensando apenas em nós mesmos, aí reside a raiz da decadência que leva à desordem final que estamos vivendo. A crueldade humana para com os animais e a crueldade de ser humano contra ser humano. Nesse momento de crise, somos convidados a olhar para dentro de nós e reavaliarmos nossos valores, nossas metas, nosso viver.
A Natureza vive de modo cíclico, impermanente, e tudo passará e se transformará. Essa desordem não é uma fatalidade por si só, mas é uma tempestade que nos urge a aprender algo. À prosperidade segue o declínio, e com a dor surge a transformação. Precisaremos de cautela, de tomar precauções e de uma perseverança no sentido correto. “O homem nobre reflete sobre o infortúnio e se previne de antemão contra ele,” diz o I-Ching. Que possamos refletir e ficarmos bem, e termos solidariedade com quem precisará de mais ajuda.
Quando forças antagônicas entram em atrito, geram energias necessárias à humanidade ao mundo. São forças hostis e precisaremos de máxima atenção para ficarmos em relativo equilibro e evitar danos maiores. Mesmo quando tudo parecer em ordem, precisaremos reconhecer os sinais do perigo e saber afastá-lo graças às precauções tomadas em momentos oportunos.
Que possamos todos fazer uma profunda revisão interna de nós mesmos e nosso modo de vida. Fiquem em casa, ajudem-se mutuamente, sejam forças positivas somando no coletivo. A tormenta passará, mas cabe a nós saber como reagir a esse momento. Fiquem bem! Sejamos solidários!
Vídeo de Viveka apresentando a Previsão dada pelo I-Ching para os próximos meses de Coronavírus no Brasil: 

domingo, 1 de março de 2020

O que é gnosticismo? Um resumo

Definindo o Gnosticismo - Karen King
resumo por Alaya Dullius



Karen King, em seu livro What is Gnosticism? (2003) apresenta uma magnifica argumentação a respeito das rotulações do gnosticismo e do cristianismo que aqui sumarizamos: Ela afirma (p. 15) que definições são limitadas, e só servem para chamar atenção a respeito de certas características de um fenômeno, ignorando outras características. King critica o uso definitivo do termo ‘gnosticismo’, tratado como entidade histórica e não como categoria de definição. O termo só passou a ser usado recentemente, e faz mais sentido falar de ‘gnósticos’ do que de uma doutrina especifica e fechada, pois tal não existiu.

King aponta (p. 17) para uma tendência de objetificar o passado e nos lembra que “não havia nenhum hierarquia episcopal universalmente reconhecida, nem nenhum credo em comum, ou cânone neo-testamentário nos primeiros séculos.” (p. 23) A patrística, já no século II d.C., no processo de confrontar as heresias, ganhou uma visão mais firme e definida de si mesma como ortodoxia (p. 25), porém é preciso entender que chamar outros de heréticos é apenas uma forma de segregar um grupo, e não significa necessariamente uma ‘opinião correta’. “A maioria dos elementos que hoje consideramos fundamentais para o pensamento e prática Cristãs, mais especificamente o cânone e o credo, eram ausentes no Cristianismo primitivo” (p. 25).

Portanto não deveríamos ler a evidência do passado apenas através da perspectiva tingida, o ‘gnosticismo’ (que não é um ‘ismo’) não deve ser definido em relação ao cristianismo normativo, como se um tivesse surgido antes do outro. Não pode ser chamado de ‘heresia cristã’, pois isto já parte de uma premissa que leva em conta o rótulo dado pelo grupo dominante. Clemente de Alexandria, por exemplo “usava o termo ‘gnóstico’ para se referir a cristãos que avançaram bastante em seu entendimento espiritual. (p. 26). Não se pode falar de um ‘gnosticismo dualista’, ou que os gnósticos possuem uma visão negativa do mundo e são amorais, pois isto seria levar em conta apenas a visão heresiológica e parcial sobre eles e “os retratos da heresia feitos pelos polemistas seriamente distorciam a visão a respeito de seus oponentes” (p. 27).

A criação da heresia foi apenas parte do projeto de formação da identidade cristã. “Os cristãos também tinham que criar categorias que os distinguissem de outros. O resultado são as categorias muito bem conhecidas: Cristianismo, Judaismo e Paganismo. Porém a validade dessas categorias não é tão auto-evidente quanto o seu amplo e divulgado uso parece implicar” (p. 38). Jonas defende a unidade do gnosticismo baseada não nas doutrinas, mas na ‘atitude existencial’. Harnack descreve o gnosticismo como “uma aguda helenização do cristianismo”, e novamente a definição da gnosis fica em dependência de um cristianismo que não existe como unidade definida. Reitzenstein, diz King (p. 89), vai buscar uma origem Mandeana-gnóstica para Jesus, e foi buscar a origem da expressão ‘Filho do Homem’ em fontes persas.

Outros se dirigiram a fontes judaicas. É preciso entender, considera King (p. 68) que o gnosticismo não é uma entidade viva, mas apenas uma ferramenta retóricas que trabalhou para produzir uma versão normativa de cristianismo. É por demais superficial procurar entender o cristianismo apenas através de duas categorias (ortodoxia e heresia), “ele é muito mais multiforme” (p. 115).  Portanto falamos de cristianismo gnóstico, judaismo gnóstico, valentinianismo cristão, cristianismo tomista, catolicismo, etc. E ainda assim não podemos dizer o quão gnóstico, o quão cristão, o quão judeu ou helênico, alguma dessas ‘categorias’ de fato é. “Dado o caráter sincrético e volátil da literatura religiosa e filosófica no antigo mundo Mediterrâneo, é inútil insistir que certos textos pertençam a uma (e apenas uma) tradição” (p. 169).

O cristianismo normativo não deve ser o fator central para definir o gnosticismo, inclusive, dada a artificialidade desse rótulo “cristianismo”, e dado o fato de sua definição ser totalmente dependente das disputas pela hegemonia “cristã” nos primeiros séculos, poderiamos inclusive afirmar que é o gnosticismo que representa de forma mais aproximada o ensinamento que o “possível Jesus” tenha transmitido, mais do que a própria doutrina eclesiástica; diriamos então que o gnosticismo é muito mais “cristão”, e o cristianismo muito mais “herético”. Assim, o “Gnosticismo pode ser uma opção teológica legitima para a prática e crença cristã” (p. 173).

A tradição de Jesus gerou uma variedade de respostas, e nem todas elas tornaram-se “ortodoxas”. (p. 228) Portanto, é preciso “repensar a conjetura de que a verdade (‘ortodoxia’) é caracterizada por unidade, uniformidade, unanimidade; e a falsidade (‘heresia’), por divisão, diversidade” ( p. 229), pois “religiões não sao entidades fixas com uma determinada essência ou momento decisivo de pura originação. São construções que requerem trabalho, diálogo, abertura de fronteiras para outras tradições” (p. 230). Portanto não podemos dividir ‘gnosticismo’ e ‘cristianismo’ como se fossem simplesmente duas coisas certas e decididamente distintas. Podemos falar em variedades de cristianismo e gnosis.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

A Gnosis da Mente

A Gnosis da Mente

Alberto Brum de Souza

Os filósofos herméticos, os discípulos de Hermes Trismegisto, falam da antiga fé egípcia como sendo a religião da mente, que é, ao mesmo tempo, a pura Filosofia e a verdadeira Ciência.

Blavatsky com G.R.S.MeadEste tema é desenvolvido por G.R.S. Mead, o último secretário pes­soal de H.P. Blavatsky e um brilhante pesquisador, no seu livro The Gnosis of the Mind, que foi o primeiro volume de uma série chamada 'Echoes from the Gnosis' e do qual destaco alguns extratos, acrescentan­do notas e comentários.

"Na Religião da Mente não há oposição do coração e cabeça. Não é só um culto do intelecto, não é só um culto da emoção.  É a senda da Devoção e Gnose inseparavelmente unidas".

O genuíno hermetismo reunia a busca mística (bakti) com a busca intelectual (jnana). E não existia oposição entre Religião e Ciência, como veio a ocorrer mais tarde. A transmutação da consciência, o buscar a luz e o experimentar a Realidade se complementavam.

Gnosis não é meramente conhecimento, como o sentido literal desta palavra grega indica. Gnosis é percepção espiritual, é a Sabedoria que é fruto do autoconhecimento. Já o gnosticismo é somente uma parte, um departamento de algo maior que inclui o conhecimento especulativo, mas que estende-se até a identificação com a "essência das-coisas-que-são" — termo usado por Pitágoras ao referir-se a Gnosis.

No capítulo O Significado de Gnosis do livro 'Quests Old and New', G.R.S. Mead esclarece este ponto, enfatizando que "Gnosis não é co­nhecimento intelectual".

"Gnosis é, necessariamente, gnosis de alguma coisa, mas de quê?". Com base em antigos textos, diz o autor que "a resposta dada pela maioria de nossas fontes é idêntica: ela é finalmente gnosis de Deus"2. Nisto há uma identificação com Clemente de Alexandria, nas Stromatas, que diz que Gnosis é o "conhecimento científico de Deus".

Na literatura trismegística Gnosis é chamada de "a religião da Mente".  Mas deve ser entendida a palavra "mente" como a Mente Divina. No aspecto cósmico e metafísico Hermes ou Thot é Mercúrio, o deus da Sabedoria, o "Logos de Deus".

A religião da Mente também é a "verdadeira Filosofia" ou o "amor à Sabedoria", o que sugere uma forma elevada de misticismo. No Poimandres a Mente Divina é chamada de Amor Divino. O amor à Sa­bedoria é imprescindível, como diria Pitágoras, para se chegar à "Sa­bedoria do Amor" ou, substituindo-se o termo, à "Sabedoria do Amor Divino".

H.P. Blavatsky, na Doutrina Secreta, indica que a "Sabedoria do Amor" ou Filosofia "significa atração e amor por algo oculto e subja­cente nos fenômenos objetivos, e o conhecimento de tudo isso"3! Assim, Filosofia implica amor e assimilação à Divindade. Encontramos, aqui, uma relação com a palavra Teosofia (Sabedoria Divina). Este termo surgiu a partir da Escola Neoplatônica de Alexandria e foi usado por Clemente de Alexandria. Salienta G.R.S. Mead que "Theosophia é somente um posterior e mais preciso termo para designar a extensão de idéias as quais foram reunidas no tempo de Pitágoras pela palavra Filosofia".

"A Gnosis da Mente é de uma natureza espiritual, pois ela é operada pelo princípio espiritual no homem"5"! Num texto hermético lemos que a gnosis da Mente é a "visão das coisas divinas". Mead acrescenta que "Gnosis não é conhecimento sobre alguma coisa, mas comunhão, co­nhecimento de".  Este é o grande objetivo, conhecer "Deus" — a Reali­dade em nós. Em um outro texto de origem gnóstica, o 4º Evangelho, cujo manuscrito original surgiu junto à primitiva comunidade Joanina (Qumran), lemos que "Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade" (4,24). Em outra passagem é dada a sugestão: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (8,32) — instrução no mais autêntico estilo gnóstico.

Isto sugere que a Mente é o instrumento e ao mesmo tempo é o "mistério dos mistérios", pois a Mente é o verdadeiro homem.

"A Mente não é somente aquilo que conhece, mas também o objeto de todo o conhecimento. Ela cria-se a si mesma para autoconhecer-se."6

Nos diz a Filosofia Esotérica que a Mente (Manas) é o veículo da alma espiritual (Buddhi) e um reflexo de Mahat (a mente universal). Ela é "o Grande Iniciador, é o Mestre de todos os domínios". Desse modo, é mais clara a afirmação do autor quando diz que a Gnosis "inicia, con­tinua e termina no conhecimento do próprio Eu, o reflexo do Conhecimento do Ser Uno".

O "conhece-te a ti mesmo" é a essência do trabalho do aspirante à Gnosis. E o genuíno gnosticismo é a Filosofia Esotérica, gerada pela experiência e compreensão de Mentes Superiores. Então, não é errado dizer-se que a "religião da Mente" é a verdadeira Filosofia e a verdadei­ra Ciência. Na Doutrina Secreta, H.P. Blavatsky diz que Gnosis é "a Ciência do Eu Superior" e o neoplatônico Jâmblico, em sua obra Sobre os Mistérios, refere-se à Teurgia como "a Ciência Sagrada". Mas não é só Ciência e Filosofia, também é Religião-Sabedoria.

     Sendo a Mente "o verdadeiro homem", sua meta é ser pura consciên­cia e "seu destino final é tornar-se a Mônada das mônadas, ou a Mente de Deus". Por isso, alguém só é gnóstico quando "renasce" em espírito e inicia a Senda que o conduz à identificação com a Mente Una.

    A manifestação histórica dessa Sabedoria, que floresceu especialmen­te entre os séculos I a.C. e II d.C., conhecida como "Gnosticismo" foi um mero reflexo. Apresentou-se como Gnose Hermética ou Gnose Cristã e "pode-se aprender muito comparando-se a Teosofia dos gnósticos herméticos com a Teosofia dos gnósticos cristãos", porém são fragmentos da genuína Gnosis — "ela é a única salvação para o homem — a Gnosis de Deus".

    Não é a crença, a fé ou o simples conhecimento o que importa. O fundamental é a comunhão interior, o religar da Mente individual com a Mente universal, a capacidade do homem "transcender os limites da dualidade que faz dele homem e tornar-se uma consciência divina".

    Este é o "Caminho para a Montanha" ou para o Olimpo e "a ignorância de Deus é o verdadeiro ateísmo".


NOTAS E BIBLIOGRAFIA

1 — O objetivo desta coleção era servir de introdução ao estudo da literatura gnóstica mais adiantada, da qual se destacam duas obras de sua autoria: Thrice-Greatest Hermes — studies in Hellenistic Theosophy and Gnosis (1906 — reeditado em 1978 por Hermes Press, detroit, USA) e Fragments of a Faith Forgotten (1900 — reeditado por University B00ks, New York, 1968).
2 — Editora G. Bell and Sons, Londres, 1913, p. 182.
3 — Ed. Pensamento, vol. V, p. 255.
4 — Extracts from the Vâhan, publicado por The Theosophical Publishing Society, Londres, 1904, p 336.
5 — Quests Old and New, p. 184.
6 — The Gnosis of the Mind, Theosophical Publishing Society, Londres, 1906, p. 15.

Logos, Nº15, Revista do Centro Teosófico de Pesquisas

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Criticar é feio, seu intolerante!


Não pode criticar nada

Alaya Dullius

Quando temos medo de apontar os erros, e dizer “isso é bom”, “isso é ruim”. Quando temos medo de dizer “isto está errado”, no fundo podemos estar com medo de que apontem os nossos erros.
Mas se não tenho medo de tentar perceber o caminho, discernindo, lapidando a joia e tirando as sujeiras, se não fizermos esse exercício, perdemos no caminhar, e deixamos de ser verdadeiros com nossa alma e passamos a buscar o conforto da personalidade, que não quer errar, que quer agradar, que quer aplauso. Porém assim deixamos passar as ervas daninhas, e as flores podem acabar sufocadas por nossa pretensa “tolerância” à ervas daninhas.

Quando deixamos de apontar um erro, também deixamos de permitir que apontem o nosso, como uma projeção psicológica. “Não posso falar que isso está errado, vão poder dizer que eu estou errado”.

Se nosso objetivo é buscar a verdade que liberta e não a que aprisiona na personalidade, então tudo bem, através do senso crítico, do estudo, e da meditação, eu posso não ter medo de falar aquilo que tenho para mim como real ou falso. E posso errar, pois se estou na busca não tem problema eu errar. 

O problema seria negligenciar os amigos e colegas de busca ao me calar, omitir, e deixar de falar o que realmente penso ou aprendi no estudo só para não ferir o ego de alguém, para não machucar o apego de alguém a alguma ideia. A Verdade não permite apegos. Se estamos apegados, não estamos libertos.

Se estamos apegados a um autor, mesmo que vejamos explicitamente que ele cometeu erros, morais, de vida, conceituais em relação ao caminho, onde encontramos contradição com outros autores que respeitamos. Se agimos assim, então parece que estamos tentando, por uma dissonância cognitiva, forçar que os dois concordem, por que não conseguimos admitir que haja um erro.. assim estamos perdendo ao descobrir nosso caminho, acabamos por ‘espalhar a poeira’ para fingir que tudo é igual. E não tem problema não ser igual.

Se a gente tem a audácia de fazer esse exercício de viveka, então podemos discernir. É preciso que haja uma joia do discernimento. Se não o temos, não podemos lapidar o nosso diamante interior, e ai ele não brilha, e o confundiremos com o ouro dos tolos.

Deveríamos deixar de fazer as coisas só para agradar ao outro ou nossa própria personalidade, que não quer olhar para seus próprios erros? Se não entramos nesse jogo psicológico, então podemos dar um passo para frente no caminho.

E quando damos esse passo, percebemos que há um compromisso muito maior com a busca, uma busca muito autentica e sincera. Dizia Hodson que a falta de sinceridade na alma é o que mais mata o buscador. Pois travestimos nossas intenções, dizemos que estamos em uma busca espiritual, mas estamos buscando aplausos, clientes, cargos, influência, dinheiro. Estamos buscando satisfazer desejos de um ego infantil, carente, que quer ser enxergado, que quer ter uma posição de ‘destaque’... Que às vezes precisa de terapia psicológica, como muitos precisamos e faz parte da jornada da alma. Mas transferimos isso para um discurso espiritual como se isso fosse resolver carências emocionais básicas.

O caminho espiritual trás felicidade quando trás autoconhecimento e uma sensação maior de estabilidade mental e propósito na vida. Mas se usamos a espiritualidade para outros fins (e só nos sabemos nossos motivos, mas é preciso honestidade ao se auto observar)... mas se é para satisfazer nosso ego, se é para ser aplaudido ou ter mais seguidores ou ter um cargo importante, com uma roupa especial, ter uma posição de liderança.. ou se queremos nos passar de ‘santos’ e influenciar e manipular pessoas à nossa volta que nos nutrem com elogios e bajulações... – todos sabemos que temos vícios e perturbações mentais, um pouco de meditação mostra isso bem para qualquer um, devemos ter coragem de encarar nossos vícios de frente ao invés de trata-los como nossos bichinhos de estimação...

Se colocarmos a nossa energia assim, e deixamos de focar no essencial e o verdadeiro... nos perdemos. Se tivermos medo de dizer “antes eu tinha certeza de algo, agora não tenho mais”. “Antes eu ia por esse caminho agora vejo erros nele”, “Esse autor me fez muito bem no passado, e colhi os frutos disso, e que bom que encontrei ele na minha vida, mas agora percebo que ele não é tão bom assim, vou procurar outro”. Tudo bem, não devemos nada a ninguém nessa vida, nesse sentido. Não precisamos justificar ações erradas de um pseudo-guru ou ser conivente para abusos que acontecem só porque aquela pessoa virou um escritor famoso ou um “líder” em alguma instituição dita espiritual.

Nosso compromisso deve ser com nossa alma, com a busca da Verdade e com o compromisso que temos de, se não pudermos ser o sol, sermos uma pequena vela, iluminando o caminho. Se tivermos condição de ajudar algum irmão que precise de um pouco mais de luz que nós, se nos calarmos, cometemos o pecado da omissão, pois todo sofrimento deve ser auxiliado.

Não adianta buscar sucesso e fama e querer ser o que não somos. As máscaras caem. O karma é infalível, e  em algum momento todo esse sucesso retornará como lição.

Não é um exercício de generosidade nem de compaixão quando deixamos de falar o que achamos ser o certo, só para evitar o conflito, ou a “mágoa” do outro. No sentido de que se nossa intenção NÃO é ferir, então é possível comunicar. Até quando vamos preferir as mentiras confortáveis versus as verdades desconfortáveis?

No budismo há a ideia de reinos de existência. E uma das coisas que acontece com quem tem muito karma positivo, pratica boas ações e tem acúmulo de mérito, é que essa pessoa pode renascer no reino dos deuses. Um local de muito prazer, sem sofrimentos. O único sofrimento é saber que aquilo vai acabar um dia, pois o karma ainda está agindo dentro do samsara. Se permitimos que a pessoa só fique confortavelmente com as suas verdades pessoais e nunca seja confrontada e questionada, e nunca possa olhar para si mesmo como ‘cometi um engano’, se nunca pode debater ou ser corrigida; ela esta presa no universo de deleite, ela não cresce. O que nos faz crescer é a experiência, é o ensinamento, mas é o sofrimento também.

Não há crescimento sem transmutação, sem “batalha interior”, sem se auto confrontar, precisamos ver como nossas opiniões e visões são dependentes da nossa personalidade, são impermanentes, e são condicionadas pelo modo como fomos criados, como enxergamos o mundo. E até mesmo nossas questões emocionais mais profundas influenciam como a gente absorve ou não um ensinamento. Então, se deixamos de falar, para agradar, para “não criticar” (como se isso fosse feio)... “ai, não pode falar mal”... vivemos numa sociedade que tem pavor de crítica, pavor de debate, de ser contrariada.. Se agimos assim estamos impedindo as pessoas de crescerem, e impedindo a nós mesmos.

Estamos impedindo que nós mesmos cresçamos quando não nos auto avaliamos, e deixamos de dar oportunidade de debate, de mudar de opinião, de perceber um erro às vezes... pois só concordar e ficar numa atitude ‘pseudo ecumênica’, porque teosofia não é um ecumenismo forçado que tudo tem que estar de acordo com tudo -- existem sim diferenças. Quando HPB diz que “Não há religião superior à Verdade”, que é na verdade uma fala sânscrita, o que ela diz é que a mesma verdade é expressa por tradições idôneas ao redor do mundo e ao redor dos séculos. Ela não está dizendo que não existem coisas falsas, que não existem erros. Nem tudo vai ser válido no nosso caminhar. Nem tudo precisamos acatar. Nem tudo merece ser ouvido e estudado.

É uma enorme falta de generosidade quando não permitimos o confronto de ideias, o debate, a discordância, o apontamento de enganos, e simplesmente darmos espaço... não estou dizendo que “nossa verdade é a verdade e a dos outros não é” , mas se não estamos abertos à possibilidade da existência do erro, então não podemos crescer.

A crítica é muitas vezes necessária, não devemos, melindrosos, temê-la. É o ego que a teme. Os mahatmas são extremamente críticos, e ainda assim, cheios de amor. Tenho mais medo de elogios vazios que acomodam ao invés de questionamentos que incentivam. O efeito colateral da critica, muitas vezes, é a transmutação interior daquele que tem coragem de ouvir além de suas couraças da personalidade.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Entendendo melhor o que é feitiçaria em oposição à Magia Divina

Desenvolvendo mais o tema debatido no post anterior ( https://viveka1.blogspot.com/2020/02/nem-todos-os-caminhos-conduzem.html) , sobre a validade de diversos caminhos "espirituais", convidei um amigo, sério estudioso de magia, alquimia, ocultismo e hermetismo, para colaborar no blog com suas reflexões sobre a feitiçaria.


Feitiçaria é diferente de Magia Divina
Texto de um convidado Anônimo.

É importante abordar de forma cuidadosa e com as devidas nuances este tema, pois simplesmente dizer que algo é magia negra tem o efeito de contar uma mentira. A pessoa volta e diz: "vocês dizem que é magia negra, mas dai cheguei lá eles estavam fazendo um rito de cura e doando pra caridade, logo vocês estavam mentindo”. 

O que distingue uma tradição de feitiçaria de uma Tradição esotérica que faz uso de magia é a inexistência da compreensão e emprego do aspecto transcendente da realidade, superior tanto ao universo material quanto ao psíquico.

Nas tradições de feitiçaria a magia é um continuo cabo de guerra entre os diversos seres que precisam roubar, emprestar, tomar ou trocar sua força. Os deuses não são mais que forças psíquicas personificadas e o feiticeiro simplesmente escolhe um lado nessa teomaquia, sendo a barganha de poder parte central da práxis. O poder do praticante de feitiçaria depende de um lado de sua capacidade de cultivar relações com os seres do mundo psíquico/astral e por outro de seu poder natural que pode ser desenvolvido por uma ascese mais ou menos refinada.

As tradições mágicas diferem em um elemento principal, cujo conhecimento é de origem místico e teúrgico, a existência de um plano superior ao psíquico que simultaneamente detém três propriedades: a impassividade, a capacidade de dar ordem e harmonia ao aparente caos do mundo psíquico e o poder irresistível de comandar as forças.

Esses três aspectos são apenas a expressão de um mesmo princípio que ordena, comanda e não é afetado pelo devir dos fenômenos. E, diferente do feiticeiro, que serve a algum espirito ou força personificada, o Magista lança mão de um recurso adicional em seus atos mágicos, a identificação e emulação desse princípio transcendental. É pelo emprego do principio transcendente que essa forma de magia passa a ser chamada de Alta Magia ou Magia Transcendental.

Vale ressaltar que Magia Transcendental é inseparável e se trata do ramo “aplicado” da Teurgia e do Misticismo.  Assim, enquanto o Magista possui um poder luminoso e harmonizado com os princípios superiores, o feiticeiro praticamente ignora o plano Noético e se limita a dominar habilmente tudo que diz respeito ao plano sensível. O Magista possui o poder da Glória, isto é, uma virtude que o faz irradiar luz e fazer com que outros desejem imita-lo, ele possui autoridade. O feiticeiro possui ganância de poder, ele constrange as forças a agirem como ele deseja. Ele age através de um poder, mas não através de uma Glória. O feiticeiro age como o poder dos arcontes, ele precisa de sacrifícios, substâncias, cultos. Ele barganha com forças invisíveis, acumula poderes e se alimenta de energias densas e sutis, ele não age através do poder da Luz. Ao mesmo tempo, o feiticeiro é muito cobiçado pelas forças que estão em planos sutis, astrais, e não estão encarnadas, pois estar em um corpo material é motivo de cobiça para muitos desses. Assim, esse poder do feiticeiro, que muitas vezes pode aparentar ser um “velho sábio” ou um “dominador de forças ocultas” vem de energias de vibração mais densa, ainda presas à ignorância e aos vícios.

O poder do Magista emana do Absoluto, vem de dentro e é impessoal. O Magista não precisa barganhar com o absoluto, ele apenas o manifesta a partir de uma simbologia divina e uma ascese pura. O feiticeiro usa forças externas, precisa se ligar a entidades, ou usar artifícios. Os mecanismos são do plano astral.

É comum tentarem levantar o argumento da colonialidade para tentar anular essa distinção com o argumento de preconceito cultural, evitando assim analisar de forma sóbria as implicações reais de certas práticas. Uma das implicações mais obvias é que as tradições de feitiçaria são predominantes em todas as regiões do globo. Não se trata de racismo, não é uma questão de etnia, mas de práxis. Encontramos práticas dessa natureza entre etruscos, hunos, tibetanos e escandinavos, por exemplo. Por outro lado ouvimos referências a grandes centros de saber espiritual ligados à Magia Divina na península de Yucatan.

De toda forma, devemos considerar por exemplo que até a chegada dos filósofos e as Escolas de Mistérios na Grécia e em Roma, as religiões locais nada mais eram que tradições de feitiçaria, em grande parte necromântica, empenhadas em guerras magicas entre cidades-estado e entre famílias. É possível ver uma gradual mudança no cenário com a chegada do orfismo, pitagorismo e platonismo especialmente, que curiosamente alegam origem egípcia ou babilônica. O que praticavam era a Teurgia.

Creio que não preciso chover no molhado com vocês a respeito disso, mas observar magia como uma ciência técnica permite avaliar com muita clareza que a diferença entre as tradições de feitiçaria e de alta magia tem como diferença um avanço tecnológico e de cosmovisão. Essa diferença não tem relação apenas com a conduta ética ou não daqueles que empregam essas tecnologias psíquicas. Trata-se de reconhecer que, da mesma forma que a cirurgia cerebral feita por um médico romano oferece mais risco que aquela feita por um médico moderno independente da boa vontade de ambos, o uso das técnicas das tradições de feitiçaria tem malefícios que podem ser suprimidos pelo emprego de técnicas de alta magia.

O que me surpreende é que, dispondo de um centro cirúrgico equipado, alguém procure por alguém com um cerrote para abrir seu crânio. Ser um cirurgião dos tempos de Roma é mais fácil que um neurocirurgião moderno, qual você escolheria para te guiar rumo à cura? Magia já é uma ciência oculta perigosa. Torna-se devastadora se for separada de uma ascese ética, e pior ainda quando faz uso de tecnologia psíquica arcaica.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Nem todos os caminhos conduzem à Iluminação!


Não, nem todos os caminhos conduzem à iluminação. Nem tudo é "teosofia". E sim, há caminhos para a Verdade

por Alaya Dullius

Quando compreendemos que há uma sabedoria imanente, perene, que é subjacente a todas as tradições espirituais idôneas, estamos dizendo que reconhecemos a unidade que permeia toda a manifestação de vida, que percebemos a existência de uma Sabedoria Divina, uma Gupta Vidya, que é a base fundamental das grandes religiões e tradições filosóficas de nosso mundo, a isto chamamos tradição-sabedoria.
Ainda que em suas roupagens externas, em sua linguagem, “sistemas” e “metodologias” encontremos muitas diferenças, à medida que nos aprofundamos nesses caminhos vamos percebendo como as diferenças são apenas de estrutura de linguagem, de grau de entendimento, de abordagem, cultura e época, mas que apontam para um denominador comum, o pico da montanha da sabedoria, o cume da iluminação.  


Portanto, ainda que em seu trajeto inicial alguns caminhos comecem em terrenos pantanosos e outros em densas florestas, ainda que alguns cruzem rios e outros escalem cachoeiras ou tenham que lidar com as dificuldades do deserto, esses caminhos, quando apontam para o mesmo pico nevado, terminarão descrevendo a mesma realidade a medida que dela se aproximam, mudam apenas os detalhes da trilha.

Esse elemento de unidade é o que chamamos de Sabedoria Universal, e ao pressupor a existência dessa Verdade Una que está acima das religiões, passamos a compreender que o que a Teosofia chama de “ramos da Fraternidade” são esses caminhos – válidos -- que levam ao cume do saber e da libertação do sofrimento. À medida que estudamos, aprendemos quais são alguns desses caminhos, e por afinidade de alma e coração, por estilo interno e raio de atuação, passamos a ter mais afinidade com um ou outro desses caminhos. E assim podemos empreender nossa jornada!

Sabemos por exemplo que existem fraternidades secretas que buscam a preservação desses ensinamentos, desses “mapas da trilha”, de modo que o mapa não seja alterado, e possa continuar a ser usado por todos os viajantes espirituais, sem que se percam. Mas sabemos também que há aqueles que têm claro interesse no “roubo” desses mapas, e que, rasurando, desenhando em cima, e alterando o rumo, vendem chumbo pintado, fingindo ser ouro... e pobre daquele que compra um mapa adulterado, as vezes embalado de maneira mais ‘profissional’ que aquele velho papel amarelado e batido...

Sabemos que nessas fraternidades há guias experientes dos mais elevados graus, e que eles não caminharão por nós, mas podem nos auxiliar nessa jornada. Sabemos que no mundo perpetuaram (e perpetuam ainda) ensinamentos que chamamos de, por exemplo, budismo mahayana, cristianismo e gnosticismo, maniqueísmo, hinduísmo, yoga de Patanjali, orfismo, zoroastrismo, pitagorismo, platonismo. Chamamos seus mapas de taoísmo, vedanta, islamismo sufi, drusos, cabala cristã, rosacrucianismo, hermetismo, etc.

Sabemos que são reflexos também das chamadas “Escolas de Mistério”, que foram surgindo e se preservando à medida que a humanidade de ciclos anteriores passou a se degenerar e usar o conhecimento para fins escusos. Essa degeneração é relatada como decorrente do uso indevido dos poderes latentes em nós, do abuso de práticas animistas, voltadas à busca de poder pessoal, egoísta. A degradação é decorrente da manipulação energética-psíquica para fins de autogratificação ou até mesmo causar mal a terceiros. À medida que os seres humanos se perderam no universo de deleites egoístas dos planos inferiores da manifestação ansiaram por ter poder uns sobre os outros, o conhecimento fechou-se e foi tornando-se cada vez mais esotérico, pois assim o caminho não seria perdido.

Assim, o mapa seria preservado, e aqueles que ainda sentem em seus corações a chama audaciosa do libertar-se de si mesmo em busca da luz divina que em nós habita, incentivados por uma motivação de amor e compaixão por todos os seres -- estes ainda poderiam ter acesso a esse caminho, mas antes, deveriam purificar-se de toda vilania, intenções autocentradas, motivações egoístas, e atitudes mesquinhas de vida que “poluem” corpo e mente.  Fala-se muito no provérbio de “não atirar pérolas aos porcos”, com um sentido de desprezo ao outro, o que é muito negativo. Porém esquecemo-nos do outro trecho “não deis aos cães o que é santo, para que não pisem e, voltando-se contra vós, estraçalhem”.



E é isso que ocorre nas tradições espirituais. Os mapas da Montanha Sagrada são preservados para que não sejam estraçalhados por aqueles que ainda possuem motivações egoístas, ainda que por vezes pareçam “refinadas” e estejam disfarçadas de amor ao próximo. Ao preservarmos o mapa, ajudamos o caminhante sincero a ainda ter acesso à estreita porta que leva aos Céus.

Por compaixão os instrutores que conhecem esse íngreme caminho nos chamam a participar da jornada, mas antes precisamos limpar nossos corações e ter certeza da motivação ao começar o primeiro passo. Pois assim que caminhamos surgem aqueles “vendedores ambulantes” prometendo fórmulas que ao ingerirmos vão “melhorar nossa resistência ao caminhar”, facilitar, acelerar... surgem aqueles que querem te vender coisas que você não precisa, equipamentos “mais modernos”, e estes só serão peso acumulado na sua mochila. Ou então te entregam “mapas novos” pois aquela trilha lá foi “fechada pelo mato” (assim dizem, apesar de não ser verdade). Surgem os “sherpas” se oferecendo para carregar o peso por você, você só precisa oferecer algumas coisas a eles, nem sempre é seu dinheiro... Há muitas distrações no inicio do caminho. Há muitos tentando tirar vantagem do caminhante, e muitos caminhantes desistem da jornada e resolvem se juntar aos vendilhões da trilha, tirando uma falsa vantagem pessoal nisso – falsa, pois a lei do karma não tardará a ser aplicada.

No andar da Senda Espiritual o importante é não perder a meta de vista. Alguns até oferecem serviços de guia na trilha, mas estão “fazendo bico”, não passaram pela “formação”, não sabem agir no caso de emergências. E sabemos bem o que acontece quando um cego guia outro cego.  Outros começam bem seu caminhar, bem intencionados, mas acabam em trilhas sem saída, esquecem-se da montanha e seu pico ensolarado, e resolvem ficar analisando as árvores da floresta, as criaturas do pântano pelo qual a trilha corta, ou as pedras daquele morro onde pararam para descansar. Confundem a meta e ficam ali, esquecidos da motivação inicial, às vezes incentivados por um guia que adora colher amostras de plantas aquáticas, observar os girinos, ou olhar os pássaros em suas árvores, tornam-se especialistas naquelas regiões, mas ali se esquecem... e quantos anos ficam analisando o terreno, enquanto seus pés fincados no lodo afundam a cada dia que passa, e quantas cobras não rondam essas águas lamacentas...

Assim, ainda que no dito popular todos os caminhos levem a Roma, isso não é verdade quando falamos do trilhar espiritual. Perceber que há muitos caminhos válidos, reflexos da mesma luz divina, certamente nos leva a uma atitude de maior tolerância e fraternidade para com todas as pessoas. Perceber que diversas tradições espirituais são mapas de acesso à mesma Sabedoria Universal, e que seus caminhos são apenas faces diferentes daquela montanha em cujo cume brilha o Sol da Vida, faz com que tenhamos mente aberta para aprender com nossos irmãos, que seguem outras religiões ou filosofias; faz com que possamos enxergar que o caminho é possível a todos, e que há uma luz divina habitando em cada um de nós.

Entendemos que a linguagem e cultura que cada tradição se manifesta é uma roupagem externa, e que ao nos abrirmos ao estudo comparado das tradições, não são as roupas que estamos comparando -- isso seria superficial e reducionista, para não dizer tolo. É no aprofundamento e real compreensão da tradição que vamos aos poucos deixando a canoa para trás, quando conseguimos atravessar o rio, quando o ensinamento se torna parte de nossa vivência. É no profundo que a comparação é feita, é no profundo que a reta compreensão ocorre. Um “ecumenismo” por cima é apenas um rolo compressor que destrói a meta do mapa e tenta homogeneizar coisas que nem sempre se equalizam. E que não devem se equalizar.


Portanto, admitir que haja muitos caminhos válidos, que merecem ser estudados, que nos instigam a uma atitude de fraternidade e respeito para com toda a humanidade, não é o mesmo que admitir que todos os caminhos levem à meta nem é dizer que a Verdade é uma terra sem caminho -- isto seria esquecer-se de todos os Mestres que ao longo dos séculos se esforçam para manter acessa a luz de seus mapas e seria achar que precisamos reinventar a roda, redescobrir o fogo; uma grande petulância, como sair como um capitão do mato cortando a vegetação densa com facão quando há caminhos possíveis, prontos para serem seguidos, basta que você tenha a humildade de se comprometer com o serviço.

Não, nem todos os caminhos levam ao pico montanhoso. Nem tudo que reluz é ouro. Nem tudo que aparenta ser espiritual é válido. Alguns caminhos te afastam da montanha. Alguns aparentam se aproximar e terminam no meio da jornada, em algum deserto sem vida, em algum pântano de enganações.
Em ciclos anteriores da humanidade ensinamentos foram deixados para trás, e seus resquícios lutam em permanecer ativos ainda hoje, mas se é que algum dia tiveram algo luminoso em si, hoje são uma casca de animismo psíquico e devaneios do plano astral. Há caminhos que se ocupam com as camadas inferiores da manifestação, que se entrelaçam dando voltas e voltas nas camadas do mundo sensível, mais confundindo do que guiando. Há caminhos que não ensinam o ser humano a se libertar do que em teosofia chamamos de “quaternário inferior”, do que no gnosticismo chamamos de “o mundo dos arcontes”, não, eles mantém o incauto preso, dominando técnicas desses subplanos, mas nunca libertando a alma para o Pleroma, para o mundo Inteligível, para além dos grilhões do ego e da auto-ilusão.

Insistem em chamar de espirituais planos psíquicos inferiores, ainda dominados pelo maya da ignorância. Confundem os arquétipos divinos com entidades astrais, e chamam de “deuses” aqueles que como vampiros sutis se alimentam da energia de desejo e ganância dos viventes. Suas promessas de serem um método mais rápido, natural, sem auto sacrifício, agradam o ego. Mas a Doutrina Secreta nos ensina que o universo é cíclico, e que alguns ciclos devem terminar. Aquilo que deu errado e afundou civilizações inteiras em um pesado karma devido à prática do que hoje chamamos “feitiçaria” não deve ser reavivado nem equiparado às tradições de mistério que verdadeiramente libertam a alma através da magia divina e do caminho altruísta. Aquilo que em diversos povos e civilizações voltou-se a praticas de fetichismo, “magia cinzenta”, domínio sobre poderes sutis para fins pessoais e uso de práticas que envolvem substâncias ou o uso de elementos de material etérico não é o caminho proposto pela Sabedoria Divina.

O caminho da luz parte de uma chama interior no centro da caverna do coração, e a única coisa que pode auxiliar que cada buscador em sua jornada não se perca entre as diversas trilhas, caminhos falsos, vegetações densas, e vendilhões enganados ou mal intencionados, é Viveka, a jóia do discernimento. Não é possível servir a dois reis, disse um Mestre certa vez. É preciso separar o joio do trigo, identificar o lobo em pele de cordeiro, não cair na lábia dos falsos profetas, dos xamãs da selva de pedra, dos gurus da modernidade. É preciso ter plena atenção, foco no pico da Luz, e muito discernimento. À medida que avançamos na trilha, passamos a ver quantas armadilhas evitamos, e quantas caímos. Feitiçaria é feitiçaria, mesmo pintada de purpurina para agradar a relatividade das personalidades. O mundo dos arcontes tenta agradar, mas não é o Pleroma Celeste, não conduz ao Nirvana.


No seu caminhar, ninguém pode carregar sua mochila por você. Que um coração amoroso, um desapego de si mesmo, e a luz do discernimento possa te guiar. Não há nada mais nobre do que a oportunidade de servir à humanidade através da compaixão e do despertar da sabedoria. Que sua alegria seja a luz de Viveka guiando teu coração.



******--- Acompanhe amanhã, postarei de um convidado anônimo, um aprofundamento no entendimento do que é de fato "feitiçaria", a partir da perspectiva da Magia Divina

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