Qualquer tentativa de um indivíduo apreciar, de forma justa, o real valor da Sabedoria, da Iluminação ou da Gnosis Espiritual, em virtude da natureza das coisas, está destinada ao fracasso, pois tal julgamento amplo de seu real valor demandaria um conhecimento, não só do que a Sabedoria significa no cômputo geral das coisas, mas também do que ela operou na natureza de cada indivíduo sob sua influência.
terça-feira, 20 de julho de 2021
O que a Sabedoria (Gnosis) significa para mim - por G. R. S. Mead.
sexta-feira, 7 de maio de 2021
A Tormenta - Tempo de Transformação
A Tormenta - Tempo de Transformação
(por Alaya Dullius, maio de 2021)
Ultimamente a vida tem sido como uma tempestade que não passa
Muitas coisas tem sido custosas, difíceis, sofridas...
E sinceramente, eu tenho me sentido um pouco emocionalmente exausta
Tenho certeza que não sou a única que tem sentido isso nesse período que temos passado juntos, como humanidade, mas com tantas diferenças no suporte que recebemos
Certamente estamos todos sofrendo, muito ou pouco, sofremos
É como se estivéssemos vivendo numa época em que tudo está em mutação, e não sabemos mais onde e como nos apoiarmos
O mundo está mudando, mas debaixo da superfície também estamos
É uma época de grandes transformações
Quando estamos no mar, durante uma tempestade, não podemos decidir “ah não quero passar por isso agora, deixa pra depois”. Seguimos, com mais atenção, mais presentes, com coragem, considerando cada escolha, percebendo a direção do vento, ajustando as velas, atentos ao mastro, ao mapa, ao mar...
Seguimos atentos, para passar pela tempestade, seguros por um cabo de segurança que atrelado ao veleiro não nos deixa cair nessa água turbulenta.
Suportamos a tempestade, a adversidade, miramos na meta e encaramos as maiores dificuldades de frente, sabemos que vai passar
Se abrimos mão dessa atenção constante, somos pegos pelas ondas, balançamos, somos jogados para lá e para cá, nos arrebentamos em algum lugar que não escolhemos estar..
Sejamos um veleiro numa tempestade mirando o céu amplo e azul
Tenho pensado muito no mar, uma sensação de solidão tempestuosa, mas não necessariamente ruim.
Acredito que nesses momentos de grande transformação não podemos nos esconder do que é desconfortável
Há um momento em que não nos comporta mais ficarmos presos em padrões antigos de agirmos e pensarmos, só por que nos sentimos seguros assim.
Em algum momento transborda, e transbordar é assustador
Não adianta se esconder do desconforto
Mudar dói, mas é nesses momentos que colocamos em movimento um redemoinho interior que renova nossa mente e mostra-nos o poder de estarmos vivos, e de podermos nos transformar
Olhamos para aquele turbilhão de emoções, medo, escolhas, o que for
E encaramos, e sabemos que precisamos mudar
E é muito difícil
E pausamos, a respiração, funda, o medo, aflorando...
Pausamos, olhamos para todo aquele desconforto e decidimos “ok você pode vir para a superfície, estou pronta”.
A transformação torna-se crucial e inadiável. Prolongar essa abertura é apenas perpetuar uma dor surda e constante que bate à porta da nossa alma.
Fazer uma escolha não é uma escolha mais, é uma demanda
Uma demanda interior que não vai se calar.
Sim, não é fácil, e na maioria das vezes vai soar apenas como palavras de motivação
Mas pare, escute, sinta. É isso mesmo que você quer? Que seu “eu” mais profundo almeja?
Ou é só mais uma daquelas muitas coisas que nos distrai na vida, e termina, no fim, por gerar mais demandas, ou mais insatisfação
Escute, no silêncio tudo fica mais simples
Estou tentando viver isso, dentro de mim grandes transformações fermentam, por fora, rupturas na vida, como véus que se rasgam, e mastros que se quebram ante a tormenta, mas tudo bem, passará.
Eu não sei no que tudo isso vai dar.
Penso na Teresa, a carmelita espanhola, “tudo passa, quem a Deus tem nada falta, tudo basta, não te angustie, não te perturbe. Paciência confiança”
Há de haver uma forma mais verdadeira de viver.
O ruído do mundo cessa no meu coração.
É simples, e no simples, encontro.
Tudo bem parar, tudo bem precisar descansar
Recolher-se para dentro de si e pensar “o que é realmente importante agora”?
Ao mesmo tempo, se sentes que precisa, siga firme, passo a passo, mirando no fim dessa tempestade. Liberamos os cabos para a vela poder subir
Se içamos demais, o pano rasga em meio à tempestade, se subimos de menos, a vela não tem força para velejar, é tudo uma questão de medida
De sabermos a nossa medida
O tamanho do pano depende do tamanho da tempestade
Não é sobre estarmos molhados, mas sobre o vento que nos empurra, e para onde colocamos a proa.
Pode parece que você está numa escura e fria solidão, mas você não está sozinha.
Tudo passará, e nos encontraremos.
Há um lugar quente e protetor e aconchegante no fim dessa jornada, e esse lugar está dentro de você
Faça algo por você
Não pros seus sentidos, não pros seus pensamentos e vontades
Mas por você, a verdadeira você, ai dentro, esperando ser ouvida.
O tormento do mundo continuará ruidoso
Quem é você nisso tudo?
Respire
A gente se preocupa demais
E vive de menos
E não sente o amor..
Por entre as nuvens ela irradia ainda para ti
Sinta
Veja
Escute
Faça algo por si mesma
Não consuma algo, não compre algo
Todas aquelas coisas, você não precisa delas..
Faça algo por si mesma, e veja... você pode, você consegue
A vida insiste em pulsar
Ela pulsa dentro de você.
segunda-feira, 29 de março de 2021
Pneumofagia espiritual.
Pensando no estudo da filosofia e da espiritualidade, me veio à mente a antropofagia, não a dos canibais ou de Oswald de Andrade, mas o sentido de se tornar preenchida com o que se busca. De se alimentar mesmo daquilo, o "pão da vida" dos cátaros. É sobre não ler apenas com os olhos, ou o cérebro, mas assimilar, digerir, transformar.
Leio o Buda e quero meditar. Leio Plotino e me levo a contemplar. Porfírio, Ficino, reforçam meu vegetarianismo, e os manuscritos de qumram despertam em mim um anseio por uma vida retirada. Quando leio Tereza d'Ávila quero encontrar o amor do Cristo e apenas isso, e o druidismo e cristianismo celta me fazem querer andar entre bosques e clareiras e contemplar a Natureza, enquanto a literatura do graal me mergulha num mundo de símbolos da alma ansiosa por aventuras. Jesus exorta "não seja hipócrita, e não siga a dois reis, arranque o joio do trigo". Cada filosofo, sábio, mestre e instrutor me inspira em alguma forma. Cada ensinamento me toca com sua ênfase virtuosa, contemplativa, filosófica, mágica, transformadora. Assim eu faço antropofagia dos meus "mestres", assim eu permito que me transformem.
Essa perspectiva não cabe mais em cadeiras universitárias e longos simpósios com especialistas em jâmblico que nunca participaram de um Rito, especialistas em Plotino que tem os corações congelados para a mística contemplativa, especialistas em budismo que nunca sentaram para meditar, doutores em porfirio que nunca se abstiveram de carne um dia sequer, mestres em Platão que não acreditam na alma...
São só exemplos.. Mas hoje me é claro, é preciso engolir, deixar que transforme, de dentro para fora, é preciso devorar, se permitir ser tocado pelos vislumbres daquelas sabedorias, se alimentar sem medo desse banquete de deuses.
Senão é tudo teatro, teatro vazio de uma verborragia estéril...
A vida é curta para ficarmos sempre pisando em ovos. Deixe que se quebrem, assim fazemos nossas escolhas. Com passos firmes seguimos, os ovos irão se quebrar, paciência.
Shams de Tabriz, mestre sufi, diria que precisamos saber quem somos, não importa como os outros te tratam. Sermos absolutamente sinceros conosco é o caminho para o amor. Aprendemos a ser gratos pelos espinhos que nos atiram "pois é um sinal que brevemente será banhado em rosas".
Faça "antropofagia" e não tenha medo de seguir os passos dos mestres, as cascas finas escondem ovos podres. Aquele que busca a verdade não teme a falsidade. Não dá para passar a vida em passos leves. E com a energia da confiança no ensinamento, pode seguir com passos firmes, transformando-se a cada nova 'refeição'.
Pneumofagia
sábado, 20 de fevereiro de 2021
Jesus e Cristo não são a mesma coisa -- O homem e o Principio Divino.
Jesus e Cristo não são a mesma coisa.
- O Principio Divino Encarnado
- Cristo é a centelha divina, não um homem
- Introdução à Cosmogonia e Metafísica Gnóstica
- "No Princípio era o Logos" - Christos, O Bom Demiurgo dos Gnósticos
- A Luz que vem ao Mundo - os 12 Eons - 3ª Hipóstase
- A Mística do Logos-Christos
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- Playlist de minhas pesquisas sobre o Jesus Histórico (usando Apócrifos, a Biblia, Talmude, Essênios etc) https://www.youtube.com/playlist?list=PL2wUY8ehPvZmmg5UdkrROxQc2T1L31clw
- José era mesmo um carpinteiro? Os principios da Busca pelo Jesus Histórico