quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Você é autêntico no seu caminhar espiritual?

Para mim, para você, para quem se identificar:

Quem é você e sua busca? Por favor, não me fale de “Pura Presença” ou que o “Universo vibra em você” ou que você “vibra na abundância do amor”. Não me venha com “gratidão” e “namastê”.

Fernando Pessoa disse em um poema que está farto de semi-deuses, eu também! quero ver gente nesse mundo!


Blavatsky escreveu certa vez que “Nenhum homem ou mulher “culto” jamais mostrará raiva em sociedade. Controlar e reprimir toda mostra de desagrado é demonstração de boas maneiras, certamente, mas também uma considerável façanha em matéria de hipocrisia e dissimulação. Há um lado oculto nesta regra de boa educação, e ele é revelado em um provérbio oriental: “Não confie num rosto que nunca mostra sinais de raiva, nem num cachorro que nunca late”. Os animais de sangue frio são os mais venenosos.”

Cansa ver tanta gente que “emana luz”, mas que luz de LED é essa! Gente perfeita demais, pura demais, amorzinho demais. Quanta falsidade nesse meio “espiritualisa/humanizado".

Pare de tentar ser o que você não é! Esse sorriso “good-vibes” cheira a falta de autenticidade. Ser amoroso e íntegro não é ser fofinho com os outros; ou recitar de cor frases manjadas com tom espiritualista, ou distribuir sorrisos quando por dentro há turbilhões!

Não existe caminhar sem intuição, sem olhar pra dentro, sem discernimento. Mas não confunda intuição com desejo inconsciente manifesto, com projeções do ego vaidoso que quer sentir-se especial – isso não é intuição.

Não há caridade em tolerar o ouro falso que brilha engano. Não há tolerância no aceitar aquilo que com palavras doces distorce pérolas da verdade.

Existe uma força oculta pulsante e reluzente no âmago de todos nós. Mas é preciso olhar pra dentro com afinco, com consciência, com responsabilidade. Para lapidar seu coração exige trabalho, e isso não se conquista com mãos em prece repassando mensagens “inspiradas” com fotos de pôr-do-sol no grupo do Whatsap.

Para se tornar um oceano-dentro-da-gota-dentro-do-oceano é preciso muito mais que frequentar reuniões, ir a cultos, e repetir ad-eternum a mesma ladainha de sempre, em estudos de livros que levam anos inteiros para serem concluídos e quando se conclui nada-se acrescentou ou compreendeu!

Olhe pra dentro, para aquilo que te assusta, para o silêncio profundo, esqueça essas máscaras “espirituais”, a vida interna é muito mais que isso! Instigue-se! Provoque-se! Medite, questione, vá além do conforto de seguir alguém. Não existe transformação sem um incomodo visceral que te tira de todo conforto possível!
A luz brilha em ti, mas é preciso tirar as máscaras!