Leitura feita por G. R. S. Mead, Secretário Geral da Seção Européia da Sociedade Teosófica, no momento da cremação do corpo de Helena Petrovna Blavatsky
Após a morte de HPB, seus amigos e alunos se dirigiram até a estação de trem Woking, em Londres, rumo ao único crematório da Cidade. Lá, seu aluno, teósofo e secretário leu uma bela Eulogia Fúnebre, que traduzo abaixo - Alaya Dullius
"Irmãos e amigos teósofos.
Helena
Blavatsky está morta, mas H.P.B, nossa instrutora e amiga, está viva, e viverá
para sempre em nossos corações e memórias. Em nosso presente pesar, é este
pensamento que devemos ter em mente. É verdade que a personalidade que
conhecemos por Blavasky não está mais conosco; mas é igualmente verdade que o
magnífico e nobre ser, a grande alma que nos ensinou todos a viver vidas puras
e mais altruístas – esta ainda vive.
Querida como
a personalidade de H.P.B é para nós, para muitos os quais ela tomou o lugar de
uma amada e reverenciada mãe, devemos ainda lembrar que, como ela mesma nos
ensinou, a personalidade é a parte impermanente da natureza humana e a mera roupagem
do real ser.
A verdadeira
H.P.B não está deitada aqui em nossa frente. O verdadeiro Self que inspirou
tantos homens e mulheres em cada canto do mundo com um nobre entusiasmo pela
humanidade sofredora e o verdadeiro progresso da raça, combinado com um elevado
ideal de vida e conduta individual, não pode ser confundido com o mero
instrumento psíquico que lhe serviu por uma breve encarnação.
Companheiros teosofistas, o dever que nos foi legado, seus pupilos e amigos, é claro e simples. Como todos nós sabemos bem, o grande propósito de vida de nossa instrutora nesta sua presente encarnação, o qual ela seguiu com completo altruísmo e motivação sincera, era restituir à humanidade o conhecimento daquelas grandes verdades espirituais que nós hoje chamamos Teosofia.
Companheiros teosofistas, o dever que nos foi legado, seus pupilos e amigos, é claro e simples. Como todos nós sabemos bem, o grande propósito de vida de nossa instrutora nesta sua presente encarnação, o qual ela seguiu com completo altruísmo e motivação sincera, era restituir à humanidade o conhecimento daquelas grandes verdades espirituais que nós hoje chamamos Teosofia.
A constante
fidelidade de H.P.B à sua grande missão, da qual nem o desprezo nem a
deturpação feita a fizeram desviar-se, era a nota chave de sua força e natureza
destemida. Para ela, que sabia tão bem a verdade dessa missão e seu significado
oculto, Teosofia era um poder sempre presente em sua vida, e H.P.B era
incessante em seu esforço para expandir o conhecimento das verdades vivas as
quais ela tinha tanta convicção, então, pela influência delas, que está sempre
se ampliando, a onda de materialismo na Ciência e Religião deve ser
interrompida, e uma real e conclusiva fundação deve ser estabelecida pelo
verdadeiro progresso e irmandade da humanidade.
Com tal
exemplo perante nós, então, nosso dever como teosofistas está claro. Nós
devemos continuar o trabalho que H.P.B tão nobremente iniciou, se não com seu
poder – o que para nós ainda é impossível – ao menos com um entusiasmo, auto-sacrifício
e determinação que, sozinho, possa mostrar nossa gratidão a ela e nossa
apreciação à grande tarefa que ela nos confiou.
Devemos,
portanto, cada um de nós assumir nossa porção da tarefa. A Teosofia não está
morta por que hoje estamos diante do corpo morto de HPB. A Teosofia vive, pois
a Verdade nunca pode morrer; sobre nós, os mantenedores desta Verdade, deve
repousar a mais pesada das responsabilidades, o esforço para delinear nosso
próprio caráter e nossas vidas de modo que esta Verdade possa ser enaltecida
para os outros, e possamos ser exemplo.
É de grande
boa fortuna para todos nós que HPB deixou seu trabalho em uma fundação firme e
bem organizada. Apesar da saúde falha e da dor física, nossa amada líder até seus
últimos momentos de vida continuou com incansável esforço pela causa que tanto
amamos. Ela nunca relaxou de sua vigilância pelos interesses dessa causa, e
repetidamente ela imprimiu naqueles que a cercavam os princípios e métodos
pelos quais o trabalho deveria continuar, nunca contemplando por um momento
sequer que a morte de seu corpo pudesse ser um real impedimento para a
continuidade do dever incumbido a cada ardente membro da Sociedade. Este dever,
que está tão claro ante nós, e que foi tão bem representado por nossa amada
HPB, é espalhar o conhecimento de Teosofia por todos os meios em nosso poder,
especialmente através da influência do exemplo de nossas próprias vidas.
Por mais que
amemos e reverenciemos nossa líder, nossa devoção ao trabalho não deve estar
baseada em afeições transitórias por uma personalidade, mas na fundação sólida
de uma convicção que na própria Teosofia é achada naqueles princípios
espirituais eternos de reto pensamento, reta fala e reta ação, os quais são
essenciais ao progresso e harmonia da humanidade.
Por mais que
amemos e reverenciemos nossa líder, nossa devoção ao trabalho não deve estar
baseada em afeições transitórias por uma personalidade, mas na fundação sólida
de uma convicção que na própria Teosofia é achada naqueles princípios
espirituais eternos de reto pensamento, reta fala e reta ação, os quais são
essenciais ao progresso e harmonia da humanidade.
Acreditamos
que se H.P.B pudesse estar aqui presente e falar conosco agora, esta seria sua
mensagem para todos os que, independente de raça, credo ou sexo, estão conosco
em coração e simpatia. Ela nos diria, como já disse a muitos de nós, que uma
"vida limpa, uma mente aberta, um coração puro, um intelecto ardente, uma
clara percepção espiritual, afeto fraternal para com todos, presteza para dar e
receber conselho e instrução, corajoso suportar das injustiças pessoais, uma
destemida declaração de princípios, valente defesa daqueles que são
injustamente atacados e uma constante mira no ideal de progresso e perfeição
humanos que a Ciência Secreta revela – esta é a escada de Ouro por cujos
degraus pode o aspirante galgar o Templo da Sabedoria Divina."
E
agora em silêncio nós nos afastamos do corpo de nossa professora e voltamos ao
trabalho no mundo. Em nossos corações devemos sempre carregar conosco sua
memória, seu exemplo e sua vida. Cada Verdade que proclamarmos, e cada esforço
teosófico que fizermos, será mais uma evidência de nosso amor por ela, e, o que
deveria ser ainda maior do que isso, de nossa devoção à causa pela qual ela
viveu. Ela sempre foi fiel a esta causa, - que nenhum de nós nunca seja falso a
essa verdade."
G.R.S. Mead
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Se você quer ver um relato de quem estava com HPB em seus últimos momentos e entender a ocasião de sua morte no dia 8 de maio de 1891, veja este depoimento que traduzi da Laura Cooper aqui:
http://viveka1.blogspot.com/2019/05/a-morte-de-helena-blavatsky.html
Mulher expoente no sexo feminino e expoente entre a maioria dos homens.
ResponderExcluirAprendeu muita coisa com os grandes e ocultos mestres que com os quais raras foram as pessoas a conseguir isso.
Iniciada em conhecimento realmente profundo e resguardado da profanação.
Mulher sem igual nesta civilização que já chega ao fim.
Honremos e dignifiquemos este ente que trabalhou incansavelmente para que os humanos possam dar um bom passo em direção à perfeição.
Grato pela tradução. 🙏🏻
ResponderExcluirUma grande alma, um farol do século XIX indicando a Luz no devir...e cá estamos nós, quem esta desperto para ver o corpo transcendental original daquele que sempre que há um declínio da pratica da sabedoria divina e aumento da irreligião, desce de tempos em tempos em seus ciclos imutáveis para salvar os piedosos e aniquilar os descrentes?
ExcluirBaghavad Gita, fica a dica
no entanto não é Krishna...