quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Alquimia e Rosacruzes - Atalanta Fugiens de Michel Maier

A tradução do poema do prólogo
(para o texto completo em inglês visite http://www.levity.com/alchemy/atalanta.html)

O texto se refere ao prólogo de uma obra entitulada “Atalanta Fugiens”. Trata-se de uma obra de cunho alquímico/esotérico, redigida no séc XVII em um ambiente quase que Shakesperiano por um rosacruz chamado Michael Maier. O poema é a introdução de um texto extremamente simbólico e complexo. Alguns estudiosos ingleses consideram que o próprio Shakespeare tinha conhecimento do conteúdo professado por essas “Sociedades Secretas” e não é de se admirar que algumas de suas obras estejam repletas de elementos simbólicos como “vesti-me de sol” e outras passagens que encontramos. Shakespeare também fazia grande uso de mitologias gregas, e é o que vemos nesse poema. A história de Atalanta é um mito grego. Atalanta era uma espécie de ‘Artémis/Diana’, rápida e enérgica, e desejava um esposo à sua altura. Em uma corrida decidiu-se que aquele que ganhasse dela poderia desposá-la, mas se perdesse, perderia também a vida. Hippomenes apaixonou-se por Atalanta e pediu a Afrodite que o ajudasse a vencer a corrida. Esta lhe deu maçãs de ouro para distrair Atalanta no caminho e assim Hippomenes conseguiu ser vitorioso. Porém em sua felicidade tomou Atalanta muito rapidamente em seus braços, em um Templo de uma Deusa, e esqueceu-se de agradecer a ajuda, sendo assim, a Deusa sentiu-se profanada e transformou-os em dois leões vermelhos. Michel Maier faz uma pequena adaptação dessa história e a insere em um contexto simbólico alquímico.



Atalanta Fugiens
The epigram of the Author

Three Golden Apples from the Hesperian grove.
   A present Worthy of the Queen of Love.
Gave wise Hippomenes Eternal Fame.
   And Atalanta's cruel Speed O'ercame.
In Vain he follows 'till with Radiant Light,  
   One Rolling Apple captivates her Sight.  
   And by its glittering charms retards her flight.  
She Soon Outruns him but fresh rays of Gold,
   Her Longing Eyes & Slackened Footsteps Hold,
'Till with disdain She all his Art defies,
   And Swifter then an Eastern Tempest flies.
Then his despair throws his last Hope away,
   For she must Yield whom Love & Gold betray.
What is Hippomenes, true Wisdom knows.
   And whence the Speed of Atalanta Flows.
She with Mercurial Swiftness is Endued,
   Which Yields by Sulphur's prudent Strength pursued.
But when in Cybel's temple they would prove
   The utmost joys of their Excessive Love,
The Matron Goddess thought herself disdained,
   Her rites Unhallowed & her shrine profaned.
Then her Revenge makes Roughness o'er them rise,
   And Hideous feireenesse Sparkle from their Eyes.
Still more Amazed to see themselves look red,
   Whilst both to Lions changed Each Other dread.
He that can Cybell's Mystic change Explain,
   And those two Lions with true Redness stain,
Commands that treasure plenteous Nature gives
   And free from Pain in Wisdom's Splendor lives.


Tradução

Atalanta Fugiens
(tradução de Alaya Dullius)
A epigrama do Autor

Três maçãs douradas do arvoredo Hesperiano.
Um presente digno da Rainha do Amor.
Deram ao sábio Hippomenes Fama Eterna.
Mas a prontidão cruel de Atalanta se sobrepôs.
Em vão ele seguiu enquanto a luz ainda radiava,
Uma maçã roliça a vista dela cativava.
E o charme reluzente da maçã seu vôo retardava.
Logo ela joga a ele frescos raios dourados,
Mantém seus olhos ansiosos e passos descuidados.
Ainda assim com desdém ela desafia toda a habilidade dele,
E foge mais rápido que uma tempestade do leste .
Então o desespero tira dele a última esperança,
Pois ela deve gerar aquele que Amor e Ouro traem.
O que é Hippomenes, a verdadeira Sabedoria sabe.
E por que razão flui Atalanta com tanta rapidez.
Ela é dotada com a vivacidade do Mercúrio,
Produzido pela força prudente de Exnofre exercida.
Mas quando no templo de Cibele provaram
As maiores alegrias de seu amor excessivo,
A Deusa Mãe sentiu-se desdenhada,
Seus ritos desacreditados, seu santuário profanado.
Então sua vingança sobre eles foi severa,
Terríveis labaredas faiscaram de seus olhos.
Ainda mais assombrados ao verem-se vermelhos,
E com temor ambos em leões foram transformados.
Aquele que explicar a mudança mística de Cibele,
E dos dois leões tingidos de um verdadeiro vermelho,
Comanda o tesouro abundante que a natureza dá
E vive livre da dor no esplendor da Sabedoria.


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