(para o texto completo em inglês visite http://www.levity.com/alchemy/atalanta.html)
O texto se
refere ao prólogo de uma obra entitulada “Atalanta Fugiens”. Trata-se de uma
obra de cunho alquímico/esotérico, redigida no séc XVII em um ambiente quase
que Shakesperiano por um rosacruz chamado Michael Maier. O poema é a introdução
de um texto extremamente simbólico e complexo. Alguns estudiosos ingleses consideram que o
próprio Shakespeare tinha conhecimento do conteúdo professado por essas
“Sociedades Secretas” e não é de se admirar que algumas de suas obras estejam
repletas de elementos simbólicos como “vesti-me de sol” e outras passagens que
encontramos. Shakespeare também fazia grande uso de mitologias gregas, e é o
que vemos nesse poema. A história de Atalanta é um mito grego. Atalanta era uma
espécie de ‘Artémis/Diana’, rápida e enérgica, e desejava um esposo à sua
altura. Em uma corrida decidiu-se que aquele que ganhasse dela poderia
desposá-la, mas se perdesse, perderia também a vida. Hippomenes apaixonou-se
por Atalanta e pediu a Afrodite que o ajudasse a vencer a corrida. Esta lhe deu
maçãs de ouro para distrair Atalanta no caminho e assim Hippomenes conseguiu
ser vitorioso. Porém em sua felicidade tomou Atalanta muito rapidamente em seus
braços, em um Templo de uma Deusa, e esqueceu-se
de agradecer a ajuda, sendo assim, a Deusa sentiu-se profanada e transformou-os
em dois leões vermelhos. Michel
Maier faz uma pequena adaptação dessa história e a insere em um contexto
simbólico alquímico.
Atalanta Fugiens
The epigram of the
Author
Three Golden Apples from the Hesperian grove.
A present Worthy of the Queen of Love.
Gave wise Hippomenes Eternal Fame.
And Atalanta's cruel Speed O'ercame.
In Vain he follows 'till with Radiant Light,
One Rolling Apple captivates her Sight.
And by its glittering charms retards her flight.
She Soon Outruns him but fresh rays of Gold,
Her Longing Eyes & Slackened Footsteps Hold,
A present Worthy of the Queen of Love.
Gave wise Hippomenes Eternal Fame.
And Atalanta's cruel Speed O'ercame.
In Vain he follows 'till with Radiant Light,
One Rolling Apple captivates her Sight.
And by its glittering charms retards her flight.
She Soon Outruns him but fresh rays of Gold,
Her Longing Eyes & Slackened Footsteps Hold,
'Till with disdain She all his Art defies,
And Swifter then an Eastern Tempest flies.
Then his despair throws his last Hope away,
For she must Yield whom Love & Gold betray.
What is Hippomenes, true Wisdom knows.
And whence the Speed of Atalanta Flows.
She with Mercurial Swiftness is Endued,
Which Yields by Sulphur's prudent Strength pursued.
And Swifter then an Eastern Tempest flies.
Then his despair throws his last Hope away,
For she must Yield whom Love & Gold betray.
What is Hippomenes, true Wisdom knows.
And whence the Speed of Atalanta Flows.
She with Mercurial Swiftness is Endued,
Which Yields by Sulphur's prudent Strength pursued.
But when in Cybel's temple they would prove
The utmost joys of their Excessive Love,
The Matron Goddess thought herself disdained,
Her rites Unhallowed & her shrine profaned.
Then her Revenge makes Roughness o'er them rise,
And Hideous feireenesse Sparkle from their Eyes.
Still more Amazed to see themselves look red,
Whilst both to Lions changed Each Other dread.
He that can Cybell's Mystic change Explain,
And those two Lions with true Redness stain,
Commands that treasure plenteous Nature gives
And free from Pain in Wisdom's Splendor lives.
The utmost joys of their Excessive Love,
The Matron Goddess thought herself disdained,
Her rites Unhallowed & her shrine profaned.
Then her Revenge makes Roughness o'er them rise,
And Hideous feireenesse Sparkle from their Eyes.
Still more Amazed to see themselves look red,
Whilst both to Lions changed Each Other dread.
He that can Cybell's Mystic change Explain,
And those two Lions with true Redness stain,
Commands that treasure plenteous Nature gives
And free from Pain in Wisdom's Splendor lives.
Tradução
Atalanta Fugiens
(tradução de Alaya Dullius)
A epigrama do Autor
Três maçãs douradas do arvoredo
Hesperiano.
Um presente digno da Rainha do
Amor.
Deram ao sábio Hippomenes Fama
Eterna.
Mas a prontidão cruel de Atalanta
se sobrepôs.
Em vão ele seguiu enquanto a luz
ainda radiava,
Uma maçã roliça a vista dela
cativava.
E o charme reluzente da maçã seu
vôo retardava.
Logo ela joga a ele frescos raios
dourados,
Mantém seus olhos ansiosos e passos
descuidados.
Ainda assim com desdém ela desafia
toda a habilidade dele,
E foge mais rápido que uma
tempestade do leste .
Então o desespero tira dele a
última esperança,
Pois ela deve gerar aquele que Amor
e Ouro traem.
O que é Hippomenes, a verdadeira
Sabedoria sabe.
E por que razão flui Atalanta com
tanta rapidez.
Ela é dotada com a vivacidade do
Mercúrio,
Produzido pela força prudente de Exnofre
exercida.
Mas quando no templo de Cibele
provaram
As maiores alegrias de seu amor
excessivo,
A Deusa Mãe sentiu-se desdenhada,
Seus ritos desacreditados, seu
santuário profanado.
Então sua vingança sobre eles foi
severa,
Terríveis labaredas faiscaram de
seus olhos.
Ainda mais assombrados ao verem-se
vermelhos,
E com temor ambos em leões foram
transformados.
Aquele que explicar a mudança
mística de Cibele,
E dos dois leões tingidos de um
verdadeiro vermelho,
Comanda o tesouro abundante que a
natureza dá
E vive livre da dor no esplendor da
Sabedoria.
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